sábado, 11 de abril de 2015

breathe me

Venha cá. Sente aqui comigo uns minutos. Exponha meus monstros. Fale duro, mas olhe nos meus olhos; segure meu punho. Eu não tenho razão. Mostre-me mais esperanças. Não desvie o olhar, não tenha vergonha de mim, não desista de mim. Eu estou só nessa. Me ponha no colo e destrua minhas defesas com umas frases poucas, algo que eu não espero de você. Me fale que Deus é bom. Me fale Dele sem medo na voz. Vamos deixar o medo pra lá. Vamos deitar o coração descalço na grama e descansar, estamos cansados, estou muito cansada. Não temos todo o tempo do mundo. Olhe, venha cá. Me aceite. Me veja, me entenda e ainda assim fique. Fique uns minutos. Não tenha pressa em ir embora. Me explique que a dor só faz sentido em contraste com a alegria e me diga que a alegria é pra mim. Diga que o frio na barriga é uma mentira. Leve a raiva embora. Eu não a quero mais aqui. Me ensine sua paciência.
Jogue uma luz aqui dentro. 

Um comentário:

  1. Um belo texto, forte. mas belo. Sempre leio seus textos.
    São direto do coração, sinto.

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